fosse nos dado ver o que a passagem
deixou saltar para aquém do destino
e que se alberga quiçá nesse etéreo
em que lacramos amanhãs olvidos!
pois para isso sim estamos cegos
e os portais do grão saber são cuias
que adensam poças a borrar o senso
mesmo voltado só para o diante!
e toda espreita se mostra imprestável,
pois não há Hubble que aponte o fora,
não há conceito que evoque o quase,
nem esses versos lhe servem de altar!
Meus poemas mais recentes. Constantemente editados e vez por outra excluídos. Esperando um editor que os publique.
domingo, 18 de setembro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
cada poeta tem seu ritmo
e
cada poeta tem seu ritmo como
um punho a ditar-se à bomba vital como
uma ranhura que é jamais revista para
não se perder nesse dizível é
pelo ritmo que se identifica pois
cada poeta tem seu ritmo
e
cada poema tem seu arrimo como
um conforto para a tarde densa como
um mar de contas dado à penitência para
não se afogar nesse inefável é
pelo arrimo que se unifica pois
cada poema tem seu arrimo
e
cada poética tem seu rizoma como
uma ilusão a vicejar certezas como
uma janela frente ao impensável para
não se estancar nesse sigilo é
pelo rizoma que se multiplica pois
cada poética tem seu rizoma
e
cada poiese tem seu limo como
uma mulher tem seus anos como
uma manhã tem seus sonhos para
não se arrogar desse castilho é
pelo limo que se sacrifica pois
cada poiese tem seu limo
e
cada poeta tem seu ritmo como
um punho a ditar-se à bomba vital como
uma ranhura que é jamais revista para
não se perder nesse dizível é
pelo ritmo que se identifica pois
cada poeta tem seu ritmo
e
cada poema tem seu arrimo como
um conforto para a tarde densa como
um mar de contas dado à penitência para
não se afogar nesse inefável é
pelo arrimo que se unifica pois
cada poema tem seu arrimo
e
cada poética tem seu rizoma como
uma ilusão a vicejar certezas como
uma janela frente ao impensável para
não se estancar nesse sigilo é
pelo rizoma que se multiplica pois
cada poética tem seu rizoma
e
cada poiese tem seu limo como
uma mulher tem seus anos como
uma manhã tem seus sonhos para
não se arrogar desse castilho é
pelo limo que se sacrifica pois
cada poiese tem seu limo
e
terça-feira, 13 de setembro de 2011
eu sou estrangeiro...
eu sou estrangeiro
estrangeiro
não de carne ou de mapa
as fronteiras mal barram as palavras
(num toque me faço esparso
e lanço-me inteiro aos cantos)
eu sou de fora
nem de mim trago mais que esse trago
não sou formado
dos cacos
de sempres e nuncas que vagam já
entrecruzados
eu sou estrangeiro
não sou retalho ou costura
tapete que se joga ao sótão e é caro
não sou de cinco minutos
ao pé do noticiário
com o peito a calibrar seu silêncio
- e meu solfejo peca só pela clave
eu sou estrangeiro
ainda que a voz vez em pouco tropece
ainda que papéis garantam o acesso
e o umbigo fomente frutos
num quintal que não mais guardo
estrangeiro ainda
zanzando entre os cordéis
daqueles que portam a estada
estrangeiro
no gueto de um só pária
estrangeiro
não de carne ou de mapa
as fronteiras mal barram as palavras
(num toque me faço esparso
e lanço-me inteiro aos cantos)
eu sou de fora
nem de mim trago mais que esse trago
não sou formado
dos cacos
de sempres e nuncas que vagam já
entrecruzados
eu sou estrangeiro
não sou retalho ou costura
tapete que se joga ao sótão e é caro
não sou de cinco minutos
ao pé do noticiário
com o peito a calibrar seu silêncio
- e meu solfejo peca só pela clave
eu sou estrangeiro
ainda que a voz vez em pouco tropece
ainda que papéis garantam o acesso
e o umbigo fomente frutos
num quintal que não mais guardo
estrangeiro ainda
zanzando entre os cordéis
daqueles que portam a estada
estrangeiro
no gueto de um só pária
Pablo
Pablo prefere a poesia reta,
em versos claros sem retoques,
na transparência do real contido.
Sem alusões cadentes nem
sinuosos flertes com
o que fugir lhe possa.
Nada que ostente as saudades que renegam o lúcido.
Nada que aponte o nada nas bordas do sonho.
Pablo prefere a firmeza
(humilde?)
da constatação sem soslaios.
Pablo não é de suportar mistérios;
deve se ter por demais engenhoso
para se ater a mistérios.
- Pois pra mim ele é só irrequieto
em versos claros sem retoques,
na transparência do real contido.
Sem alusões cadentes nem
sinuosos flertes com
o que fugir lhe possa.
Nada que ostente as saudades que renegam o lúcido.
Nada que aponte o nada nas bordas do sonho.
Pablo prefere a firmeza
(humilde?)
da constatação sem soslaios.
Pablo não é de suportar mistérios;
deve se ter por demais engenhoso
para se ater a mistérios.
- Pois pra mim ele é só irrequieto
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