pode sentir-se em clausura
o que se alberga no aberto.
pode sentir-se acuado
o que à vera só acua.
há de sentir-se disperso
sem o reforço do mesmo.
sentir que é algaravia
essa assembleia de ecos.
pode sentir-se hemorrágico
na arritmia do alheio.
o que do parco assovia
ao que do vasto se arma
a cada pulso o ojeriza.
pode sentir-se desnudo
enquanto o necropsia.
pode sentir o capuz
o que se porta carrasco
e ver-se corda & pescoço
onde só há cadafalso.
Meus poemas mais recentes. Constantemente editados e vez por outra excluídos. Esperando um editor que os publique.
domingo, 11 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
desafio
desaprender a insignificância
- meu desafio.
deixar o que em mim puxa ao silêncio.
calar o que só quer ser da cidade.
erguer o horizonte & me espraiar.
careço de um delírio
longe do sebo em que se unem,
entre cervejas e discos raros,
intelectuais de costume,
em sua troca de agrados,
alheios à rua alheia.
antes vedar a via da arrogância,
crer num sentido além da vaidade,
ater-me a sonhos inda não sonhados.
ah... chegar a praças onde só me saibam
pela escrita - alguns nem lembrem o nome -
sem ter de mendigar quaisquer leitores
às portas da menor biblioteca!
restar no gozo de quem me desfolha
quando há muito já for só volumes!
- meu desafio.
deixar o que em mim puxa ao silêncio.
calar o que só quer ser da cidade.
erguer o horizonte & me espraiar.
careço de um delírio
longe do sebo em que se unem,
entre cervejas e discos raros,
intelectuais de costume,
em sua troca de agrados,
alheios à rua alheia.
antes vedar a via da arrogância,
crer num sentido além da vaidade,
ater-me a sonhos inda não sonhados.
ah... chegar a praças onde só me saibam
pela escrita - alguns nem lembrem o nome -
sem ter de mendigar quaisquer leitores
às portas da menor biblioteca!
restar no gozo de quem me desfolha
quando há muito já for só volumes!
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