sábado, 29 de outubro de 2011

fuga

estou a escapar pela tangente
sem raio que me centre

em breve

a letra que conduz
à língua que me prende

escapa

a ideia que me prende
à boca que conduz

em breve

sem rede que me enrede
estou a escapar como ar
- capaz!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

de nada me serve

de nada me serve
a crença nos deuses
senão que no crer-lhes
me farto de senso.

a voz que não ergo
por cedos pendores
tão firme se porta
que mal se adivinha.

e só no saber-lhes,
sem ter mais deleite
que insânia ocultada,
me pago o seguir-me.